Skate terá mudanças antidoping para Tóquio em 2020
Sem nenhum sistema de controle de uso de substâncias proibidas, o COI trabalha para modificar as regras sobre o skate
Faz alguns anos que o skate saiu das áureas do amadorismo e se tornou um esporte de alto rendimento. Cada vez mais valorizado e com a cena crescendo, o esporte precisa modificar algumas regras para os Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020.
Atualmente não existe uma legislação fixa para o uso de substâncias e seu controle em campeonatos, porém o COI quer mudar essa realidade. Historicamente o skate nunca teve grandes recursos para a realização de exames antidoping, mas para as próximas Olímpiadas, a Agência Mundial Antidoping já visa mudanças para o esporte.
Não só o skate sofrerá mudanças para adequar-se as normas olímpicas, o surfe também conta com novas regulamentações. Diferentemente do skate, desde 2013 a liga profissional de surfe realiza testes de substâncias proibidas em laboratórios da WADA (Agência Mundial Antidoping), no entanto o surfe conta com uma tolerância para maconha e cocaína consideradas “drogas recreativas” e não realiza testes fora dos períodos de circuitos competitivos.
Todas as federações internacionais que assassinaram o código da WADA, devem cumprir as normas e os atletas estão sujeitos as condições do COI (Comitê Olímpico Internacional) durante as Olímpiadas, realizando exames antes das competições e surpresas.
Para o teste surpresa, cada organização cria o seu modelo e regras. Os competidores assinam um documento chamado RTP, no qual é fornecido informações sobre onde e como podem ser encontrados para a realização surpresa do teste. A Agência Mundial Antidoping acredita que a implementação de testes surpresas são o apoio de um programa antidoping eficiente.
Skate e Antidoping
Como explica Ed Scander, vice-presidente da Confederação Brasileira de Skate (CBSK), o skate sempre teve dificuldade financeira em relação a realização de exames antidoping em competições, por estes serem muito caros.
– […]isso gera um custo muito grande, não é todo laboratório que consegue fazer. Por isso, atualmente não existe no cenário esportivo do skate exames antidoping. Não existe por uma questão financeira, já que sempre enfrentamos desafios para viabilizar os eventos, seja na parte de estrutura ou premiação – comenta Ed.
Muitos skatistas apoiam a decisão, como é o caso de Carlos Ribeiro, uma dos melhores atletas da atualidade e possível representante brasileiro nas Olímpiadas de 2020, assim como o vice-campeão do Campeonato de Roma de 2010, Rony Gomes. Segundo Rony “não haverá problemas, pois como em todos os esportes, existem atletas que usam e há os que não usam. Vai depender do skatista optar por isso.”
Entretanto, Ed Scander da CBSK afirma que nenhum atleta de alto rendimento faz o uso de substâncias proibidas, já que estas não ajudam em nenhuma forma de desempenho esportivo, ao contrário, só prejudicam.
Ainda de acordo com o vice-presidente, as negociações com a WADA irão possibilitar uma abertura para o uso de maconha e álcool na política antidoping, como drogas recreativas. Para Scander “[..] os poucos atletas que usam, o fazem de forma recreativa, não é algo que gere uma melhora na performance. Pelo contrário, atrapalha. Os que gostam usam álcool, etc. São substâncias que não ajudam a ter uma performance melhor. Quem tem índice para chegar na Olimpíada não faz uso dessas substâncias. […]- explica.