Nem Vega, nem trave: deu Chape
Em virada histórica nos acréscimos do segundo tempo, o Chapecoense garante vaga na Sul-Americana e ainda sonha com a Libertadores
O dia não foi de boas notícias para a Chapecoense, já que o clube perdeu os pontos da vitória sobre o Lanús – por conta de uma escalação irregular – e está eliminado da Libertadores. Porém ainda restava uma esperança e um objetivo dentro de campo. A partida desta terça-feira era mais uma decisão na trajetória da equipe catarinense.
A Chape recebeu o Zulia em casa e precisava da vitória para ao menos garantir a terceira colocação no grupo 7, classificando-se assim para a Copa Sul-Americana desta temporada. Num jogo emocionante até os últimos minutos, seja no tempo normal ou nos acréscimos, a Chape mostrou que é gigante e virou o jogo. Até os 45’ do segundo tempo, a equipe era eliminada da Libertadores e da Sul-Americana, mas Arthur Caike e Andrei Girotto nos acréscimos garantiram a vitória por 2 a 1 sobre o Zulia, pela última rodada do Grupo 7.
Domínio da Chape, e num erro… Gol do Zulia
Chuva, frio, eliminação precoce por decisão da Conmebol. Vários eram os fatores que somavam para o clima de desânimo na Arena Condá. Isso resultou em um público apenas razoável, mesmo sendo um jogo de Libertadores. Em campo, a Chape precisou apenas de 10’ para partir para o ataque em busca da vaga na Sul-Americana.
O caminho era claro e objetivo: pela direita com Rossi e Apodi. A marcação do Zulia fraquejava justamente ali, e os jogadores se aproveitavam da situação. Dessa forma a equipe de Chapecó foi criando as chances. Uma, duas, três vezes a partir dos cruzamentos contra a defesa do Zulia.
Os venezuelanos precisavam apenas de um empate, então a cera foi firme desde o início da partida. Como tudo pode piorar, a Chape saiu atrás no placar já na primeira tentativa dos visitantes. Aos 30’, num vacilo da marcação, Arango recebeu cruzamento de Unrein vindo da esquerda, deslocando o goleiro Jandrei e mandando para o fundo do gol. Depois disso novamente só deu Chapecoense, mas sem conseguir o gol.
Garra dos jogadores refletiu na virada
Atrás no placar, a Chape partiu para o tudo ou nada na volta do intervalo. Túlio de Melo entrou no lugar de Luiz Antonio. Grolli evitou mais um gol de Arango, e depois disso só deu Chape. Wellington Paulista acertou a trave, Arthur teve finalização afastada em cima da linha, Rossi chutou com perigo. Quando não era o travessão, era o goleiro Vega. A impaciência passou a tomar conta.
Após Bello ser expulso, aos 25’, a pressão da equipe catarinense se intensificou. Grolli na trave. Nenén na trave. A Chapecoense fez por merecer durante toda a partida. Depois de incontáveis jogadas pela direita, das quatro bolas na trave e das substituições ofensivas do técnico Vagner Mansini, a coroação com os gols e a virada.
Aos 45’ do segundo tempo, depois do bate e rabate dentro da área, em jogada que iniciou com Rossi, Arthur Caíke não desperdiçou e estufou as redes do goleiro venezuelano. Na saída de bola, Rossi recebeu em velocidade e cruzou para Girotto dentro da área. A bola sobrou de mau jeito, mas o camisa 8 conseguiu achar uma falha na zaga adversária para matar de cabeça.
No campo, deu Chape. Agora, é no tribunal.
A Chapecoense já está decidida em protocolar nesta quarta-feira (24) o recurso no Tribunal de Apelações da Conmebol. Os juízes que decidirão não são os mesmos que tiraram os pontos do Comitê Disciplinar. O clube terá uma semana para apresentar sua defesa novamente e depois disso resta aguardar o parecer definitivo.
Única certeza que se tem é que a decisão sairá antes do dia 7 de junho, quando acontecerá, no Paraguai, o sorteio das oitavas de final da Sul-Americana e da Libertadores.
FICHA TÉCNICA
Chapecoense 2 x 1 Zulia
CHAPECOENSE (4-3-3): Jandrei, Apodi (Nenén), Nathan (Fabrício Bruno), Grolli e Reinaldo; Andrei Girotto, Luiz Antônio (Túlio de Melo) e João Pedro; Rossi, Wellington Paulista e Arthur Caíke
Técnico: Vagner Mancini.
ZULIA (5-4-1): Vega, Palomino, Plazas e Cuevas (Martinez); Rivillo, Bello, Gomez e Junior Moreno; Arango, Unrein (Guaycochea) e Orozco
Técnico: Daniel Farias Acosta.