Poucas preocupações e muitas exigências: o que esperar dessa nova Juventus?
Se na temporada passada não tínhamos dúvidas que seria fenomenal – e foi – essa exige um pouco mais de pés no chão. O crescimento do Milan junto a contratação de Leonardo Bonucci, o notável envelhecimento do plantel, as pontuais e precisas contratações e as permanências de peças importantes.
Afinal de contas: perderemos a hegemonia italiana ou alcançaremos o topo da Europa?
Temível para alguns, sonho para outros. O mercado de transferências sempre assume significados diferentes para times diferentes. Para o Paris Saint-Germain foi a chance de se exaltar no cenário internacional e conseguir ultrapassar mais que o dobro da transferência mais cara do mundo. Para o Milan, foi chance de recomeçar, trazer caras novas, referências internacionais e manter jóias da base. Para a Juventus? Não há porque ficar em cima de muro, o mercado foi bom, só não foi extraordinário como na temporada passada.
Não dá para cobrar contratações do nível de Higuaín, Pjanic e Dani Alves toda temporada. Mesmo assim, a Juve seguiu contratando bem, e como dito no começo, sendo precisa. Mandzukic e Alves atuaram improvisados nas pontas. Cuadrado junto com Pjaca eram de ofício mas viviam momentos complicados que impediam sua entrada como titulares. Para resolver esse problema, nada melhor que contratar o melhor camisa 10 italiano no momento: Federico “33” Bernardeschi. Chegou como deve: humilde. Não quer a 10 agora, primeiro vai mostrar pra torcida seu valor e ai sim se colocar como uma referência no meio bianconero. Mas não podemos esquecer do outro que vem por ai.
Nosso querido brazuca Douglas Costa também promete muita competição interna. Se a ponta direita é uma incógnita, a esquerda não é diferente. Tanto ele quanto Federico podem atuar nos dois lados. Os já citados e com mais tempo de casa terão de ralar muito para competir com esse dois jogadores que conhecem e jogam muito bem nessas posições.
E assim entramos em outro ponto: a formação de Allegri. Está claro que optou pelo 4-2-3-1 e irá continuar assim. Não só a chegada de novos pontas como a liberação de Bonucci e a contratação de De Sciglio demonstração um elenco sendo formado para continuar jogando de tal modo. Não há motivos de preocupações novamente, a formação funcionou muito bem e a tendencia é só melhorar com mais entrosamento e familiaridade.
Competições
A Série A é obrigação – ainda. Não sabemos como vai ser a evolução desse novo Milan. Os investimentos em jovens talentos foram realmente muito bons e há um clima de otimismo em torno do San Siro. Porém, Milan ainda é o Milan: muitas esperanças e pouco futebol. O time não chega na Champions League há muito tempo, e chegou a ficar fora da Europa League. Não dá para considerar um time montado em uma janela de transferências como favorito ao título perto do atual elenco da velha senhora.
Roma e Napoli ainda são os melhores coadjuvantes. A Internazionale corre por fora, contratou poucos nomes de peso, talvez Borja Valero seja o mais significativo. Enfim, no cenário nacional, o domínio deve se manter bianconero, pelo menos até um futuro desmonte da zaga já muito velha.
Em termos de Champions League, o objetivo deve se manter em chegar nas semi-finais. Mesmo depois do sacode dado no Barcelona no agregado de 3-0, ainda é muito cedo para colocar a Juventus junto ao trio de ferro europeu: Real, Barça e Bayern. Certamente, vêm próxima, junto com Atlético de Madrid. Mônaco foi uma bela surpresa da última temporada que dificilmente se repetirá.
Ganhar a orelhuda é improvável mas não impossível. O time continua muito forte e têm peças nas quais devemos observar atentamente para ver sua evolução.
Fique de olho
É complexo demais apontar um ou dois jogadores num time que rotaciona bastante e tem diversas peças fulcrais. Certamente, Paulo Dybala deve assumir cada vez mais um papel de protagonista. Esquecemos aquele capítulo a parte contra o Real Madrid, esse começo na Champions Cup já foi bem promissor e é necessário manter a forma, ser consistente, marcar gols e dar assistências se quiser realmente fazer história com essa camisa. E ninguém melhor que Gonzalo Higuaín para falar sobre consistência.
Sua primeira temporada foi realmente muito boa em números de gols. Mais de 30 anotados e isso tendo sua forma física sendo questionada. O que traz mais uma boa notícia ao torcedor: Gonzalo está fininho. E jogando o fino da bola como fez na Champions Cup naquela linda tabela com La Joya. A dupla argentina promete dar ainda muito mais ‘allegrias’ aos tifosi bianconeri.
Em outro plano, não há como negar a importância de Mario Mandzukic. Voluntarioso, excepcional quando joga a favor do coletivo e grande centroavante. Mesmo jogando na ponta-esquerda, o crota surpreendeu a muitos sendo um ponta diferente do habitual. Não destacou pela velocidade ou grandes cruzamentos, e sim pela parte defensiva.
Ajudando demais o, também acima da média, Alex Sandro, na marcação, Mandzukic foi uma das peças fundamentais nas engrenagens bianconeras de Allegri. O golaço na final da Champions foi para coroar aquela que foi uma das melhores temporadas na carreira do camisa 17.
Expectativa
Como torcedor, como jornalista e como amante do futebol a expectativa segue sendo mais uma temporada fantástica da Juventus. Os ventos jogam a favor, o time está muito bem montado e a pré-temporada criou muitas perspectivas positivas. O último confronto contra o Tottenham Hotspur antes das competições iniciais dirá qual será o time titular do Allegri para o início de trabalho.
E por mais clichê que pareça, esse será um ano de muitas novidades e mudanças: um novo nome para a casa, um novo escudo e claro, novas oportunidades de surpreender os adversários da dimensão do maior clube da Itália.