Botafogo é o time do impossível na Libertadores
O dia era 21 de Dezembro de 2016. As bolinhas foram sorteadas e lá mostraram que o Botafogo iria pegar Colo-Colo, do Chile e, se passasse pegaria Olímpia, do Paraguai, para assim chegar na fase grupos da Libertadores. Muitos já afirmavam que o fogão era fadas contadas antes mesmo chega na sua chave. Nem no brasileiro se acreditava nesta classificação para fase preliminar e conseguiu mesmo assim.
Aí veio seu primeiro desafio, dia primeiro de fevereiro, os chilenos, com uma taça no currículo, lá em 1991 e com mais 30 de trinta passagens pelo torneio internacional. Enquanto os botafoguenses estavam só na segunda Libertadores, em 20 anos. Tem cinco participações no total. Tendo como melhor campanha uma semifinal lá atrás, em 1963, quando a competição tinha outro formato.
No jogo de ida, dentro do estádio Nilton Santos, o Botafogo venceu 2 a 1 com gols de Airton e outro contra. No Chile, parecia que aconteceria a eliminação, após o Colo-colo abrir o placar no início da partida, com um gol contra. Mas, Rodrigo Pimpão, estava atento em chute de Roger e no rebote fez o gol a classificação alvinegra, já no segundo tempo.
A estrela solitária, como é conhecido o Botafogo, não estava sozinho para mudar essa marca de que tudo acontece com a equipe. O torcedor estava ao seu lado. E foi assim que o time se preparou para receber os paraguaios. E Pimpão, mais uma vez, foi decisivo. Em lança lateral despretensioso, o atacante emendou uma bicicleta e fez gol da vitória e que deu a vantagem do empate contra os tricampeões da Libertadores, no Paraguai.
No estádio Defensores Del Chaco abarrota, o Olímpia pressionava e Botafogo se mantinha irredutível. Na semana de preparação, Gatito Fernández, sentiu desconforto e não foi titular no jogo. Helton Leite, seu substituo atuava bem, quando sentiu uma lesão na coxa. A partir daí o imponderável acontece. Já passava dos 30 minutos do segundo tempo, quando Brian Montenegro, fez explodir os torcedores olimpistas.
Já não havia mais força para o Botafogo lutar pelo empate. Se segurou e levou para os pênaltis. E com as penalidades veio o herói improvável: Gatito. Um paraguaio contra o time de sua nacionalidade, só que com um porém, ele fora criado no maior rival do time mandante, no Cerro Porteño.
O protagonismo à parte veio nas cobranças. Como no apelido em espanhol, o arqueiro como um gato defendeu três das quatro cobranças do Olímpia e calou seus compatriotas no Del Chaco e fez do Botafogo classificado para fase de grupos da maior competição sul-americana do continente.
E o Botafogo seguia trilhando seu caminho improvável na Libertadores. O grupo 1 que ero composto por Estudiantes (Argentina), Atlético Nacional (Colômbia) atual campeão e Barcelona de Guaiaquil (Equador). A estreia foi em casa contra os argentinos tetracampeões do torneio.
Por sua vez, o jogo foi sofrido e de muita garra dos botafoguenses. Apesar de Roger inaugurar o cotejo com uma bela ‘pucheta’, o adversário foi intenso. Tanto que, Otero empatou em cobrança de falta. Mas, Rodrigo Pimpão, sempre ele, pôs fogão na frente e deu os primeiros três pontos na chave para os cariocas.
A partida seguinte seria contra o time do “mundo”. Após tragédia da Chapecoense, muitos aderiram ao Atlético Nacional, como segundo time. O Botafogo não tinha nada ver com isso e foi para Colômbia em busca de mais um ponto na bagagem. E conseguiu mais que isso.
Os atuais campeões que tem duas taças no geral, se viu em apuros ainda no primeiro tempo, quando Camilo, um dos xodós do time alvinegro e que recentemente se desentendeu com Jair Ventura, fez 1 a 0 para os botafoguenses. Seu primeiro gol pelo glorioso após sete meses de jejum. O Atanásio Girardot se calava perplexo. Na segunda etapa recuperada do baque, os torcedores ‘verdolagas’ como são chamados, apoiaram time em busca do empate e da virada. Sem sucesso. Ainda deu tempo de Guilherme marcar seu primeiro gol com camisa alvinegra. Os colombianos não perdiam em casa há dois anos.
Um time que ninguém acreditava. Um time da estrela solitária. Mas que nunca caminhou sozinho. Seus torcedores e atletas entenderam o espírito pelo qual o botafoguense e o Botafogo sofria: de inferioridade aos rivais. Não existe mais isso. Afinal, passou por 10 títulos de Libertadores, somados Atlético Nacional, Estudiantes, Olímpia e Colo-Colo. Não vencia uma partida internacional fora do país há 24 anos. E de quebra acabou com um tabu de 44 anos sem vencer fora de casa pelo torneio, quando venceu o Nacional (Uruguai) por 2 a 1 com gols de Roberto e Jairzinho, pai, do hoje técnico Jair Ventura.
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