04/07/2012 – 5 anos da “Libertação” Corinthiana
“O Corinthians não é só um time e uma torcida. É um estado de espírito.”, foi o que disse Sócrates, em 1982, ao ganhar um título paulista pela equipe em que foi, considerado por muitos, o maior ídolo da história. E esta frase talvez tenha sido provada no dia 04 de Julho de 2012, o dia em que foi conquistada a primeira Copa Libertadores do Corinthians. O dia em que 30 Milhões de Loucos comemoravam o único título grande que este clube gigante ainda não havia conquistado.
E a taça veio com aquela equipe, que após algumas mudanças, foi à final, com time completo: Cássio; Alessandro, Chicão, L. Castán e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Alex e Danilo; Jorge Henrique e Emerson Sheik. Todos eles comandados pelo maior técnico da história do clube: Adenor Leonardo Bacchi, vulgo Tite.
Uma equipe que estava desacreditada em 2011 após a eliminação na Pré-Libertadores para o fraco Tolima(COL) e após as saídas de Ronaldo(aposentadoria) e Roberto Carlos, mas que terminou o mesmo ano como campeão brasileiro que o credenciou à esta Libertadores 2012. A campanha que começou na fase grupos, contra Cruz Azul(MEX), Dep. Táchira(VEN) e Nacional(PAR), foi às oitavas contra o Emelec(EQU), às quartas contra o Vasco da Gama, à semi contra o Santos e à final contra o Boca Juniors(ARG).
Da fase de grupos só temos a destacar dois momentos, e os dois contra o Dep. Táchira: o primeiro jogo, na Venezuela, em que o Corinthians perdia por 1×0, mas no último minuto, Alex cobrou falta na cabeça de Ralf, que empatou aquela partida que talvez tenha definido que a equipe seria campeã invicta naquela oportunidade, e a última, que o alvi-negro venceu por 6×0 e se confirmou como forte candidato ao título.
As Oitavas começaram difíceis com um empate no Equador, na estreia de Cássio, e uma vitória em São Paulo frente ao Emelec. As quartas, mais difíceis ainda versus o Vasco da Gama, num empate em 0x0 no RJ e um 1×0 em SP no que talvez tenha sido o jogo mais emocionante daquele ano, o gol foi dede cabeça, no final do segundo tempo, marcado por Paulinho, que vibrou tanto que chegou a abraçar um torcedor no alambrado do Pacaembu. Esse jogo ainda contou com uma defesa espetacular de Cássio cara-a-cara com Diego Souza e uma expulsão de Tite que o levou a torcer, na arquibancada, até o final do jogo.
A semi era contra o Santos, rival de SP, que tinham Neymar e Ganso, que foram campeões em 2011. Na Vila Belmiro, Corinthians controlou o Peixe e venceu com um golaço de Sheik, no ângulo de Rafael Cabral. No segundo jogo, Neymar abriu o placar com um gol “chorado” no fim do primeiro tempo, mas no segundo, Danilo só precisou deslocar o goleiro para empatar a partida e levar a equipe para sua primeira final de Libertadores em toda a história.
Até que enfim era chegada a hora. Argentina, La Bombonera, com torcida até de Maradona para o time do Boca Juniors. Um jogo pegado, difícil, cheio de faíscas, como não poderia deixar de ser. Roncaglia, aos 27 do segundo tempo abriu o placar para a equipe da casa, mas, aos 39, surge um herói inesperado, que havia acabado de entrar de na partida e no final de semana anterior tinha feito dois golaços contra o Palmeiras, e esse foi mais um: Com passe de Sheik, Romarinho dá seu primeiro toque em uma Libertadores e faz um gol de cavadinha para empatar a partida.
No Pacaembu, a torcida fez muita festa e até mosaicos antes da partida. Os jogadores já sabiam que o título era deles, estavam muito confiantes. O Timão jogou demais naquela partida. Até que aos 8 do segundo tempo, Alex cobrou uma falta, Danilo fez um passe de calcanhar e a bola sobrou para Emerson Sheik, que abriu o placar, e aos 27, num erro da zaga argentina, partiu em arrancada para fazer o segundo gol e ficar marcado na história do clube para sempre, assim como todo o elenco, principalmente o técnico Tite, que acabou vencendo o Mundial no fim do ano, mas isso fica para outra matéria.
E não podemos esquecer de fazer algumas menções especiais que não citei até aqui: Júlio César, Liedson, Willian Bigode e Edenílson que começaram o campeonato como titulares e ao ex-presidente Andrés Sánchez, talvez nada seria possível sem ele.
Termino com o grito que embalou a equipe até o final daquele ano: VAI CORINTHIANS!