Em 1991, a Croácia se desintegrou da Iugoslávia, mas a primeira participação de sua seleção em Copas do Mundo se deu somente após sete anos, na França, coincidentemente seu adversário na final do próximo domingo, no estádio Lujniki, em Moscou.

Naquele mundial de 1998, os jogadores Prosinecki, Boban e o artilheiro Suker chegaram desacreditados, igualmente como Rakitic, Mandzukic e o ótimo Modric nesse ano.

Na França, estreou no grupo H contra a Jamaica, outra seleção que debutava em Copas, e venceu por 3×1. Na segunda partida, enfrentou mais um caçula em mundiais, o Japão, e com um gol de Suker, conseguiu a classificação antecipada para as oitavas de final. O derradeiro jogo da primeira fase seria contra a sempre forte Argentina – outra coincidência com o mundial da Rússia – que também já havia garantido seu lugar na próxima fase, portanto, valia o primeiro lugar do grupo. E a experiência dos “hermanos” prevaleceu, derrota por 1×0.

Ainda em êxtase pela classificação, não sentiram o peso de enfrentar a Romênia, que havia terminado na primeira colocação do grupo G, e mais uma vez com Suker, outra vitória e mais um passo na Copa.

Foi ai então que o mundo olhou de fato para o futebol que a seleção croata apresentava naquele mundial, pois nas quartas de final a adversária era a  tricampeã Alemanha. Mas sem tomar conhecimento da rica história germânica no futebol, surpreendeu à todos com uma vitória maiúscula por 3×0 e se garantiu entre as quatro melhores seleções do mundo.

O adversário na semifinal seria a seleção francesa e todo o país. O sonho de chegar à grande final chegou a ser palpável quando o decisivo Suker abriu o marcador, mas logo ruiu com os dois gols do zagueiro Thuram da França.

A eliminação não tirou o brilho dessa seleção, e o terceiro lugar na Copa, conquistado frente à Holanda, só coroou a brilhante façanha da Croácia em 1998.

E depois de campanhas bem inferiores nos mundiais de 2002,2006 e 2014, os croatas entraram de vez na história do futebol em 2018.

Começaram a Copa na Rússia vencendo a Nigéria por 2×0 e como em 1998, já garantiram vaga na próxima fase antecipadamente, massacrando a Argentina por 3×0. Fechou sua participação no grupo D batendo a estreante Islândia, por 2×1.

Despontou como uma das favoritas à partir das oitavas de final, mas teve dificuldades contra a Dinamarca, e após o empate por 1×1 no tempo normal e na prorrogação, se classificou apenas nas sofridas cobranças de penalidades. O que acabou se repetindo contra a anfitriã Rússia nas quartas, após um eletrizante 2×2.

Portanto, os croatas chegaram com uma certa desconfiança de todos na semifinal contra a nova geração inglesa. Mas o gol salvador de Mandzukic na prorrogação desempatou a partida , e a vitória por 2x1tornou a Croácia na seleção que mais tempo jogou para chegar em uma final de Copa do Mundo, o que acabou se tornando uma homenagem ao ex-artilheiro Suker, que hoje é o presidente da federação croata de futebol, e a todos que participaram daquela ótima geração do final dos anos 90, que deveriam ter jogado a final contra o Brasil em 1998.

O ano de 2018 ficará sempre na memória do povo croata, e mesmo que o título mundial não venha, essa ótima geração de Modric, Rakitic, Perisic e Mandzukic já está na história.

*tradução em croata para NA HISTÓRIA