É difícil escolher palavras para começar uma despedida como essa. A primeira já foi bastante dolorosa, mas é essa, a segunda e última, que a ficha cai. Por mais que seja do conhecimento de todos a finidade da carreira de um jogador, as lendas, quando encerram suas epopeias, continuam a deixar um gigantesco vazio na vida de cada um dos amantes do futebol.

Certamente, nunca mais veremos nenhum concerto com tanta harmonia quanto os promovidos por ele. Alguns até o acusavam de ter um andamento largo (lento). Porém, sua cadência era fina, seu compasso preciso e sua maestria perfeita.

Infelizmente, toda sinfonia tem seu fim. As regências de Andrea Pirlo chegaram ao seu.

Melhor do que minhas palavras é ver ele jogando. Sua maledetta, como eram conhecidas suas cobranças de faltas, tão boas que ganharam até um adjetivo próprio. Ou seus lançamentos, seus passes, seus escanteios, sua inteligência, sua visão. Andrea não foi qualquer um e suas conquistas mostram isso.

Jogou por Internazionale, Milan e Juventus. E talvez não seja muito odiado por nenhum desses pois também ganhou uma Copa do Mundo pela Azzurri em 2006. (Como não lembrar daquela assistência para Fabio Grosso na prorrogação contra a Alemanha?) Ou talvez não seja tão odiado por simplesmente ser Andrea Pirlo.

Não posso fazer uma homenagem indo contra os princípios de Il Maestro. Ele economizava palavras mas sobrava jogando. E são inúmeras às vezes em que nos recordaremos dele. Na surreal cobrança de falta contra o Napoli, na histórica contra o Olympiakos e como não citar o incrível balaço aos 94′ contra o Torino.

Buffon dizia que ver Pirlo jogando era um sinal de que Deus existe. Não é atoa que a camisa #21 será eternamente associada a esse nome.

Como foi bom ver Andrea Pirlo.