Caso Agnelli: entenda a polêmica do mandatário da Juventus

Nesta segunda-feira (25), o presidente da Juventus, Andrea Agnelli, foi suspenso por um ano de suas funções. A punição foi aplicada pela Federação Italiana de Futebol (FIGC) e outros três dirigentes também foram punidos. O clube tentará recorrer.

De acordo com a BBC (uk) e o Goal.com, os membros do corpo administrativo da Juventus se envolveram em vendas ilegais de ingressos para torcedores ultras. No entanto, não eram fanáticos quaisquer. As investigações supõe que eles estariam ligados com o crime organizado – nesse caso com a máfia Ndrangheta.

As punições propostas pelo procurador Giuseppe Percoraro foram de 30 meses de suspensão e 50 000 euros (187 000,00 R$) de multa para Agnelli, além de forçar o clube de Turim a jogar dois jogos de portões fechados. No entanto, a multa foi abaixada para o valor de 20 000 euros (74 000 R$) e 12 meses de suspensão.

“Estou parcialmente satisfeito porque conseguimos provar a culpa de todos os envolvidos, mas as conclusões foram tão graves que, na minha opinião, que as punições deveriam ter sido maiores, então ainda apelaremos” disse Percoraro.

“Ir novamente ao tribunal será útil, levando em conta que os recursos provenientes do esquema de ingressos foram para o crime organizado, e isso é muito sério” completou.

As outras três punições foram: 15 meses de suspensão e multa de 20 000 euros (74 000,00 R$) para o diretor de segurança Alessandro D’Angelo, e um ano de suspensão para o responsável pela vendas dos ingressos Stefano Merulla e o diretor comercial Francesco Calvo. A Juventus foi multada em 300 000 euros (1 123 000,00 R$) e vai recorrer contra todas as acusações.

Andrea Agnelli Juventus
Dores de cabeça

 

Agnelli também se pronunciou sobre o caso: “Eu nunca me encontrei com nenhum chefe das máfias. Eu quero lembrar todos que esses ultras eram, e ainda são, livres de quaisquer registros criminais.”

“Eu me encontrei com ultras de vários diferentes grupos e sempre à luz do dia. Isso é normal para o presidente de um clube de futebol.” E ainda finalizou “Alguns deles não são exatamente santos? Eu concordo, mas eles têm um registro criminal limpo e nenhuma restrição para assistir aos jogos.”

A Juventus também soltou uma nota oficial alegando que apelará contra a decisão.

O escândalo aparece num momento inoportuno para Andrea Agnelli. O italiano de 41 anos foi recentemente nomeado como Presidente da Associação de Clubes Europeus (ECA) sucedendo Karl-Heinz Rummenigge, lenda alemã e parte da direção do Bayern de Munique.