O torcedor palmeirense viveu mais um dia inesquecível na noite desta última quarta-feira diante do Peñarol no Allianz Parque. O time do técnico Eduardo Baptista cometeu diversos erros durante toda a partida, mas mais uma vez conseguiu sair com importantes 3 pontos para a sequência da fase de grupo da Libertadores.

Uma das músicas que a torcida palmeirense mais canta durante os jogos, clama ‘ raça aos jogadores, para ganhar a Taça Libertadores’. Raça realmente não está faltando, o time luta, cria e briga demais por cada espaço do campo, porém só com raça não se vence Libertadores. Os erros defensivos e principalmente os ofensivos não devem ser mascarados por mais um épico resultado.

Dois gols tomados de bola aérea que durante todo o ano de 2016 foi o ponto forte da equipe, e mais de 7 chances claras de gol desperdiçadas. É necessário aprender com esse tipo de jogo para que até novembro a torcida sofra menos, e o clube consiga enfim trazer a tão obssessiva Taça Libertadores pela segunda vez.

O lado emocional pesou demais na noite de ontem, principalmente nas finalizações, e principalmente com Borja, que ainda segue muito ansioso com a camisa alviverde. Além do pênalti, o colombiano perdeu mais 3 chances claras de gol.

Sofrer na fase de grupos é uma tônica dos últimos campeões dessa competição, quando começa o mata-mata a história é outra. Em 1999, ano da última conquista palmeirense, também com um elenco talentoso, o time só confirmou a classificação para o mata-mata na última rodada, e depois sofreu demais até o último pênalti batido por Zapata.

Êxtase palmeirense resume o que foi a noite de ‘liberta as dores’. (Foto: César Greco/Palmeiras)

Os torcedores também têm que aprender que apesar do alto investimento, o time não vai atropelar todo mundo que vier pela frente. Em campo são 11 contra 11 e em Libertadores não existe essa máxima de “hoje tem que golear”, “temos muito mais time”, ainda mais quando do outro lado temos o Peñarol, um dos clubes mais tradicionais do continente.

Se existe uma fórmula para ganhar a competição mais mística e desejada do continente, essa fórmula é jogar bola + aprender a sofrer. Trabalhar o psicológico diante de situações de pressão e provocação é importantíssimo.

Infelizmente vai ter racismo (até quando?), vai ter catimba, vai ter porrada, vai ter juiz fraco, mas isso já está no pacote Conmebol de futebol, e passar por jogos como o de ontem é um teste e tanto para quem deseja ir longe no torneio.

Ao torcedor palmeirense, recomendo fazer aquele check-up, evitar comidas gordurosas e manter aquele exercício físico durante a semana. Os corações alviverdes em quartas-feiras de Libertadores prometem bater ainda mais velozes daqui pra frente…